sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Ainda Existem Barnabés?

    Se existe alguém na Bíblia, além de Jesus, é claro, para quem eu tiro o chapéu, esse alguém é Barnabé. Como dizem os meus filhos adolescentes: “Esse é o cara!”
    Na verdade, o nome Barnabé foi lhe dado pelos apóstolos. O seu nome de nascimento era José.
    Barnabé significa encorajador. Essa característica na vida desse homem de Deus era tamanha que marcou a sua identidade.
    Acredito que era muito bom estar perto de Barnabé. Se alguém estivesse triste, suas palavras traziam ânimo. Se alguém estivesse abatido, era encorajado por ele.
    Existe algo muito interessante no significado original (grego) do vocábulo “encorajador”. Temos a impressão de que Barnabé só ficava animando as pessoas o dia inteiro. Mas não é só esse o sentido dessa palavra; vai além. A palavra grega é paraklēsis, que significa: alguém que convoca para ajudar, exortador, consolador, confortador, o que proporciona refrigério, aquele que instrui,  que repreende, conciliador.
    Essa palavra é uma variante da palavra parakletos, que revela o caráter do Espírito Santo. Jesus disse em João 14.16: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador (parakletos), para que fique convosco para sempre”.
    A vida de Barnabé revela uma vida cheia do Espírito Santo, a tal ponto de suas atitudes, caráter e comportamentos serem os mesmos revelados pelo Espírito de Deus.
    Barnabé trazia alívio para aqueles que estavam necessitados, além, é claro, de ser um homem de extrema confiança e importância para os apóstolos.
    No livro de Atos, lemos que os apóstolos enviaram Barnabé para Antioquia, pois o Evangelho havia ali chegado e a igreja nessa cidade e região estava crescendo. Ao chegar em  Antioquia, Barnabé nos surpreende ainda mais, revelando as suas qualidades e uma vida cheia da Presença de Deus.

“Notícias desse fato chegaram aos ouvidos da igreja em Jerusalém, e eles enviaram Barnabé a Antioquia. Este, ali chegando e vendo a graça de Deus, ficou alegre e os animou a permanecerem fiéis ao Senhor, de todo o coração.  Ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé; e muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor” (Atos 11.22-24).

     Nesses versículos, encontramos algumas qualidades na vida de Barnabé, que também devem ser nossas atitudes nos dias de hoje.
    Primeiro: Ele era capaz de ver a graça de Deus agindo sobre aqueles irmãos. Ele poderia criticar, falar que estava tudo errado, que não era assim que se deveria fazer na igreja, que daquele momento em diante era ele quem mandava... Mas não foi assim, ele enxergou o favor de Deus que estava sobre a vida da igreja.
    Segundo: Ele ficou alegre. Isso mesmo! Ele estava feliz em ver a “igreja dos outros” crescer. Hoje, isso é raro. Crentes que se alegram com o crescimento da outra igreja entraram para a mesma categoria do Mico-Leão-Dourado e da Arara-Azul: espécies em extinção.
    Terceiro: Era animado. Animado não quer dizer bobo ou aquele que vive fora da realidade ou uma espécie de animador de auditório, mas alguém que instruía e chamava as pessoas para se aproximarem da Palavra, para que nunca deixassem os caminhos de Deus.
    Quarto: Era um homem bom. Havia amor em seu coração.
    Quinto: Cheio do Espírito Santo.
    Sexto: Cheio de fé. Conforme Rm 10.17, recebemos fé por ouvir a Palavra de Deus. Com certeza, Barnabé tinha as Escrituras em seu coração e ouvia dos apóstolos aquilo que eles viram e ouviram do Senhor.
    Sétimo: Ele pregava a salvação, as almas eram salvas e a igreja crescia.
    Essas características na vida de Barnabé não são somente para lermos e admirarmos; elas servem para nos incentivar a vivermos da mesma maneira em nossa casa, no meio da nossa família, em nosso trabalho e afazeres diários, em nossas igrejas e em meio aos nossos relacionamentos.
    O mundo precisa de “Barnabés”. A Igreja também precisa de “Barnabés”.

                                          Autoria do Texto: Pr.Carlos Barabás

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